
Os três príncipes de Serendip
Há muito tempo atrás no país de Serendip havia um rei que tinha três filhos, o rei se preocupava muito com a educação e o desenvolvimento da bondade e integridade dos filhos.
Quando os filhos atingiram a idade adulta, o Rei os mandou para longe afim de que eles pudessem ser testados na inteligência e nas virtudes.
Chegando em terras distantes eles ajudaram um comerciante a encontrar um burrico cego, manco, sem dentes e carregado de mercadorias que havia sido roubado, este fato exigiu deles sagacidade e honestidade, a noticia do ocorrido se espalhou e como recompensa o Imperador daquele país onde se encontravam, deu a eles presentes caros e os elegeu como conselheiros do Império.
Foi assim surgiu a palavra Serendipidade que vem do inglês Serendipidy que é um conceito que explica aquelas descobertas inesperadas que atravessam o nosso caminho, surpresas agradáveis, o encontro acidental e afortunado que acontece quando estamos procurando algo que não é exatamente o que encontramos.
É importante ressaltar a necessidade de estarmos prontos para perceber estes encontros, esses "acidentes" fortuitos, abrir a nossa mente, atiçar a nossa curiosidade, fazer conexões, conhecer pessoas significativas, aproveitar encontros casuais para transforma-los em propositais.
Enfim, para que mágica aconteça devemos estar dispostos a nos abrir para o novo, o diferente e o inesperado.
Depois desta introdução e antes de contar para vocês o que vim fazer aqui neste post, ainda tem outra historia que quero compartilhar com vocês.
Meus filhos hoje adultos, sempre foram crianças que comeram de tudo, experimentavam todas as culinárias que se apresentavam diante deles, pois eu e o pai deles, fazíamos questão de expandir o conhecimento deles através do paladar, enquanto comíamos explicávamos o porque de nos países frios se comer mais gordura, o motivo da carbonara se chamar carbonara, de que região vem determinado prato, como se originou etc. Isso fazia com que eles tivessem vontade de provar a comida.
Quando íamos a algum museu contávamos a historia do artista em questão e o que provavelmente aconteceu para que os sentimentos envolvidos resultasse naquela arte. Isso criou memórias e sensibilizou o olhar dos meus filhos, para o diferente, para o desigual, para arte, para politica, sociedade etc.
Por que afinal de contas todo esse bla, bla, bla?
Para contar que eu recentemente aos quase sessenta anos, venho sofrendo bullying, sim bullying aquele assunto que cansamos de ver nas reportagens do Fantástico, que parece ser um assunto ultrapassado e que pior, esperamos que aconteça com crianças e adolescentes, e não entre senhoras de quase meia idade, a maioria com filhos e com questões da vida adulta para resolver.
Piadinhas incomodas, comentários ácidos, grosseiros, despidos de qualquer senso de maturidade.
Isso está acontecendo em uma aula coletiva na academia que frequento no meu bairro, mulheres que se aglutinam afim se encher de coragem para simplesmente causar mal estar em outras pessoas, no caso eu.
Confesso que até então me mantive neutra, sendo compassiva, resiliente, paciente mesmo. Nessas ocasiões sempre me lembro do que ensinava para meus filhos: Tente entender essas pessoas cuja a intenção é agredir, não tiveram as mesmas experiências que você, não leram os mesmos livros, ou pelo menos não tiveram o mesmo entendimento que você, não conhecem a arte como você conhece, talvez nunca foram sensibilizadas a ponto de aceitar o diferente, serem tolerante com as escolhas pessoais do outro e que em nada muda a nossa vida pessoal, gente que apenas tiveram oportunidades, mas que essas não as enriqueceram verdadeiramente. Pessoas que sozinhas se acovardam, mas em grupo se tornam valentes e ferinas. Ensinei aos meus filhos que ser diferente, pensar diferente não é ofensa pessoal, ao contrário é lindo, nos enriquece, acrescenta virtudes e ser tolerantes nos faz uma espécime linda.
Porém tenho uma amiga, que não se conforma, que vai, briga, faz acontecer. Todas nós temos não é mesmo? Ela não é da turma do deixa disso. Pois então, essa amiga foi lá e falou para o professor do desconforto que essas senhoras estavam causando.
E toda a minha estratégia de pensa-las como mulheres que ainda precisam de experiências evolutivas, caiu por terra.
Vou mudar de turma, talvez de academia, não dá para mudar o mundo, por isso vou tentar olhar para este fato como serendipidade, um encontro que no caso delas poderia ser fortuito, trazer novas conexões, diferentes maneiras de pensar, parcerias que tornam a vida interessante, mas que pelo preconceito, essa oportunidade não foi utilizada e no meu caso vou encarar também como serendipidade, como uma oportunidade de ter sido compreensiva, exercitar a calma, me exigir em virtudes como exijo do meu corpo mais elasticidade e como resultado meu corpo fica mais plástico, belo e assim faço com minha alma também.
Abraçar a natureza imprevisivel da vida e sua beleza inerente.
O cantor e compositor Jorge Mautner definiu a beleza como uma chama que se acende por dentro.
Minha querida, como sempre vc fazendo o melhor uso das palavras. Há os q devemos dar nossa compreensão.... Ms, infelizmente, há os q só merecem desprezo... Não sei se sua alma consegue ser mais linda q é. Porém, continue usando seu tempo e energia nessa direção... Deixa as "senhorinhas da razão" cuidarem da flacidez de seus pensamentos e viver. Gosto, em algumas situações, de usar a atitude dos cavalos... "Cagar e andar"! (Desculpe-me pelo "palavreado chulo".) Felicidade pra vc. Hoje e sempre!