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Foto do escritor: Diacuy MesquitaDiacuy Mesquita



Notici

Olá meninos!

Pensei muito em escrever, mas confesso que só me encorajei depois que vi o post do @francescopiccione no Instagram, comparando a nossa casa à um lugar mágico.

Ontem terminei de guardar as coisas no barracão.

Uma catarse.

Foi lindo, foi triste, foi suave, foi duro.

Tive que escolher entre as menores e maiores anotações, bilhetinhos, papeizinhos, objetos, camisetas, lembranças.

Cada desenho, cadernos, avaliações, matrículas nas escolas, colégios, faculdades, queria guardar tudo, como se assim pudesse não só conter, mas voltar o tempo.

Escrevo para comunicar que foi a última vez que faço isso, a próxima vez deixo para vocês, espero não estar mais aqui quando isso for necessário.

Foi pesado pra mim. Confesso que me divirto só de imaginar a cara de vocês ao revirar as caixas: isso aqui vai pro lixo, isso vou guardar, isso sim, isso não...Porra por que a mamãe guardou isso? Na tentativa de entender a minha intenção em escolher guardar uma garatuja feita pelo Pietro lá no Grupo Oficina e desprezar totalmente a pulseira do último Lollapalooza que ele foi, enfrentando uma mãe medrosa, os quilômetros percorridos em transporte publico, a fome diante de lanches caríssimos etc.:

"-Não acredito que a mamãe guardou isso aqui e jogou o ingresso do jogo do Palmeiras onde fomos furtados em pleno Palestra Italia!!!"

"-Piero você não viu nada, a mamãe escreveu na capa do livro autografado pelo Iberê do Manual do Mundo, naquele dia em que nós enfrentamos uma fila quilométrica na livraria cultura (que nem existe mais). Tô puto!"

Vamos jogar essa papelada toda fora!!!

Queria ser uma libélula para presenciar tudo isso e rir. Rir e pensar: Decifra-me ou devoro-te, tal qual a esfinge de Tebas.

Enquanto não sou uma libélula, enquanto estou viva, quero registrar aqui toda a minha gratidão, toda a minha reverencia a historia que nós quatro fizemos durante essas quase três décadas.

Se tivermos sorte eu e seu pai viveremos ainda muitas outras historias e vocês certamente viverão, mas nenhuma, note bem: nenhuma, terá a mesma decodificação, as mesmas piadas internas, a mesma inocência de quem faz as coisas pela primeira vez tal como como ter filhos, mudar de país e vida com quatro malas, duas crianças, frio na barriga e muito futuro pela frente. E vocês? Mais de uma vez mudaram de escola, deixaram amigos e partiram para um mergulho num mar onde as outras crianças falavam uma língua diferente, professores, médicos, vizinhos com comportamentos e cultura até então desconhecidos por vocês, pessoas que não tinham nada, absolutamente nada em comum a não ser a nossa humanidade.

Bravos! Vocês foram bravos e corajosos.

Ontem guardando os cases dos instrumentos vi a etiqueta do Guitar Center em um deles, me lembrei exatamente do dia que estivemos lá, um frio daqueles, neve na calçada o seu pai estacionando o velho e forte Buick, vocês três entrando naquele lugar como quem entra em Nárnia, eu achando tudo muito aborrecido, afinal de contas não é segredo para ninguém que para mim o melhor lugar do mundo é a minha cama. Sorry.

Joguei fora os coletes da piscina, imediatamente veio a memória o dia que o Checco com menos de dois anos vestiu o colete e tal como o Patolino personagem do Wall Disney, todo seguro de si, resolveu nadar enquanto eu e seu pai, servidos pela Fran bebíamos, comíamos e combinávamos a nossa alegria e satisfação em termos construídos juntos uma família tão legal.

O golpe de misericórdia chegou quando abri um papel pardo e era o papel de mesa da Pizzaria Gloriosa, nem preciso dizer que naquele momento fui teletransportada para o rodízio as quartas-feiras em que íamos direto e esperávamos o papai lá. Quanta comilança! Afe!

Entendem que por mais felizes e espero sinceramente que sejamos, essas coisas foram e serão divididas apenas entre nós quatro?

Hoje tenho outra vida, quase uma outra encarnação, uma vida dentro de outra vida, uma matrioska de vidas. Estou bem, estou inteira.

Que privilegio meninos! Que privilegio ter divido minha vida com vocês! Sinto uma gratidão imensa.

Pietro

Francesco

Batemos um bolão, foi um gol de placa em um Derby disputadíssimo.

A palavra obrigada não abarca o que sinto.

Estamos na fase final de entrega da casa.

Bora para mais essa aventura, talvez a derradeira envolvendo nós quatro.

Deixo aqui um trecho do livro que acabei de ler e que roubou a minha alma:

"A Paixão Segundo GH" da Clarice Lispector

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Bonito né?

Eu achei.do Front:

Olá meninos!

Pensei muito em escrever, mas confesso que só me encorajei depois que vi o post do Checco no Instagram, comparando a nossa casa à um lugar mágico.

Ontem terminei de guardar as coisas dos meninos no barracão.

Uma catarse.

Foi lindo, foi triste, foi suave, foi duro.

Tive que escolher entre as menores e maiores anotações, bilhetinhos, papeizinhos, objetos, camisetas, lembranças.

Cada desenho, cadernos, avaliações, matrículas nas escolas, colégios, faculdades, queria guardar tudo, como se assim pudesse não só conter, mas voltar o tempo.

Escrevo para comunicar que foi a última vez que faço isso, a próxima vez deixo para vocês, espero não estar mais aqui quando isso for necessário.

Foi pesado pra mim. Confesso que me divirto só de imaginar a cara de vocês ao revirar as caixas: isso aqui vai pro lixo, isso vou guardar, isso sim, isso não...Porra por que a mamãe guardou isso? Na tentativa de entender a minha intenção em escolher guardar uma garatuja feita pelo Pietro lá no Grupo Oficina e desprezar totalmente a pulseira do último Lollapalooza que ele foi, enfrentando uma mãe medrosa, os quilômetros percorridos em transporte publico, a fome diante de lanches caríssimos etc.:

"-Não acredito que a mamãe guardou isso aqui e jogou o ingresso do jogo do Palmeiras onde fomos furtados em pleno Palestra Italia!!!"

"-Piero você não viu nada, a mamãe escreveu na capa do livro autografado pelo Iberê naquele dia em que nós enfrentamos uma fila quilométrica na livraria cultura (que nem existe mais). Tô puto!"

Vamos jogar essa papelada toda fora!!!

Queria ser uma libélula para presenciar tudo isso e rir. Rir e pensar: Decifra-me ou devoro-te, tal qual a esfinge de Tebas.

Enquanto não sou uma libélula, enquanto estou viva, quero registrar aqui toda a minha gratidão, toda a minha reverencia a historia que nós quatro fizemos durante essas quase três décadas.

Se tivermos sorte eu e seu pai viveremos ainda muitas outras historias e vocês certamente viverão, mas nenhuma, note bem: nenhuma, terá a mesma decodificação, as mesmas piadas internas, a mesma inocência de quem faz as coisas pela primeira vez tal como como ter filhos, mudar de país e vida com quatro malas, duas crianças, frio na barriga e muito futuro pela frente. E vocês? Mais de uma vez mudaram de escola, deixaram amigos e partiram para um mergulho num mar onde as outras crianças falavam uma língua diferente, professores, médicos, vizinhos com comportamentos e cultura até então desconhecidos por vocês, pessoas que não tinham nada, absolutamente nada em comum a não ser a nossa humanidade.

Bravos! Vocês foram Bravos e corajosos.

Ontem guardando os cases dos instrumentos vi a etiqueta do Guitar Center em um deles, me lembrei exatamente do dia que estivemos lá, um frio daqueles, neve na calçada o seu pai estacionando o velho e forte Buick, vocês três entrando naquele lugar como quem entra em Nárnia, eu achando tudo muito aborrecido, afinal de contas não é segredo para ninguém que para mim o melhor lugar do mundo é a minha cama. Sorry.

Joguei fora os coletes da piscina, imediatamente veio a memória o dia que o Checco com menos de dois anos vestiu o colete e tal como o Patolino personagem do Wall Disney, todo seguro de si, resolveu nadar enquanto eu e seu pai, servidos pela Fran bebíamos, comíamos e combinávamos as nossa alegria e satisfação em termos construídos juntos uma família tão legal.

O golpe de misericórdia chegou quando abri um papel pardo e era o papel de mesa da Pizzaria Gloriosa, nem preciso dizer que naquele momento fui teletransportada para o rodízio as quartas-feiras em que íamos direto e esperávamos o papai lá. Quanta comilança! Afe!

Entendem que por mais felizes e espero sinceramente que sejamos, essas coisas foram e serão divididas apenas entre nós quatro?

Que privilegio meninos! Que privilegio ter divido minha vida com vocês! Sinto uma gratidão imensa.

Paolo

Pietro

Francesco

Batemos um bolão, foi um gol de placa em um Derby disputadíssimo.

A palavra obrigada não abarca o que sinto.

Estamos na fase final de entrega da casa.

Bora para mais essa aventura, talvez a derradeira envolvendo nós quatro.

Deixo aqui um trecho do livro que acabei de ler e que roubou a minha alma:

"A Paixão Segundo GH" da Clarice Lispector

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Bonito né?

Eu achei.Noticias do Front:

Olá meninos!

Pensei muito em escrever, mas confesso que só me encorajei depois que vi o post do Checco no Instagram, comparando a nossa casa à um lugar mágico.

Ontem terminei de guardar as coisas dos meninos no barracão.

Uma catarse.

Foi lindo, foi triste, foi suave, foi duro.

Tive que escolher entre as menores e maiores anotações, bilhetinhos, papeizinhos, objetos, camisetas, lembranças.

Cada desenho, cadernos, avaliações, matrículas nas escolas, colégios, faculdades, queria guardar tudo, como se assim pudesse não só conter, mas voltar o tempo.

Escrevo para comunicar que foi a última vez que faço isso, a próxima vez deixo para vocês, espero não estar mais aqui quando isso for necessário.

Foi pesado pra mim. Confesso que me divirto só de imaginar a cara de vocês ao revirar as caixas: isso aqui vai pro lixo, isso vou guardar, isso sim, isso não...Porra por que a mamãe guardou isso? Na tentativa de entender a minha intenção em escolher guardar uma garatuja feita pelo Pietro lá no Grupo Oficina e desprezar totalmente a pulseira do último Lollapalooza que ele foi, enfrentando uma mãe medrosa, os quilômetros percorridos em transporte publico, a fome diante de lanches caríssimos etc.:

"-Não acredito que a mamãe guardou isso aqui e jogou o ingresso do jogo do Palmeiras onde fomos furtados em pleno Palestra Italia!!!"

"-Piero você não viu nada, a mamãe escreveu na capa do livro autografado pelo Iberê naquele dia em que nós enfrentamos uma fila quilométrica na livraria cultura (que nem existe mais). Tô puto!"

Vamos jogar essa papelada toda fora!!!

Queria ser uma libélula para presenciar tudo isso e rir. Rir e pensar: Decifra-me ou devoro-te, tal qual a esfinge de Tebas.

Enquanto não sou uma libélula, enquanto estou viva, quero registrar aqui toda a minha gratidão, toda a minha reverencia a historia que nós quatro fizemos durante essas quase três décadas.

Se tivermos sorte eu e seu pai viveremos ainda muitas outras historias e vocês certamente viverão, mas nenhuma, note bem: nenhuma, terá a mesma decodificação, as mesmas piadas internas, a mesma inocência de quem faz as coisas pela primeira vez tal como como ter filhos, mudar de país e vida com quatro malas, duas crianças, frio na barriga e muito futuro pela frente. E vocês? Mais de uma vez mudaram de escola, deixaram amigos e partiram para um mergulho num mar onde as outras crianças falavam uma língua diferente, professores, médicos, vizinhos com comportamentos e cultura até então desconhecidos por vocês, pessoas que não tinham nada, absolutamente nada em comum a não ser a nossa humanidade.

Bravos! Vocês foram Bravos e corajosos.

Ontem guardando os cases dos instrumentos vi a etiqueta do Guitar Center em um deles, me lembrei exatamente do dia que estivemos lá, um frio daqueles, neve na calçada o seu pai estacionando o velho e forte Buick, vocês três entrando naquele lugar como quem entra em Nárnia, eu achando tudo muito aborrecido, afinal de contas não é segredo para ninguém que para mim o melhor lugar do mundo é a minha cama. Sorry.

Joguei fora os coletes da piscina, imediatamente veio a memória o dia que o Checco com menos de dois anos vestiu o colete e tal como o Patolino personagem do Wall Disney, todo seguro de si, resolveu nadar enquanto eu e seu pai, servidos pela Fran bebíamos, comíamos e combinávamos as nossa alegria e satisfação em termos construídos juntos uma família tão legal.

O golpe de misericórdia chegou quando abri um papel pardo e era o papel de mesa da Pizzaria Gloriosa, nem preciso dizer que naquele momento fui teletransportada para o rodízio as quartas-feiras em que íamos direto e esperávamos o papai lá. Quanta comilança! Afe!

Entendem que por mais felizes e espero sinceramente que sejamos, essas coisas foram e serão divididas apenas entre nós quatro?

Que privilegio meninos! Que privilegio ter divido minha vida com vocês! Sinto uma gratidão imensa.

Paolo

Pietro

Francesco

Batemos um bolão, foi um gol de placa em um Derby disputadíssimo.

A palavra obrigada não abarca o que sinto.

Estamos na fase final de entrega da casa.

Bora para mais essa aventura, talvez a derradeira envolvendo nós quatro.

Deixo aqui um trecho do livro que acabei de ler e que roubou a minha alma:

"A Paixão Segundo GH" da Clarice Lispector

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Bonito né?

Eu achei. do Front:

Olá meninos!

Pensei muito em escrever, mas confesso que só me encorajei depois que vi o post do Checco no Instagram, comparando a nossa casa à um lugar mágico.

Ontem terminei de guardar as coisas dos meninos no barracão.

Uma catarse.

Foi lindo, foi triste, foi suave, foi duro.

Tive que escolher entre as menores e maiores anotações, bilhetinhos, papeizinhos, objetos, camisetas, lembranças.

Cada desenho, cadernos, avaliações, matrículas nas escolas, colégios, faculdades, queria guardar tudo, como se assim pudesse não só conter, mas voltar o tempo.

Escrevo para comunicar que foi a última vez que faço isso, a próxima vez deixo para vocês, espero não estar mais aqui quando isso for necessário.

Foi pesado pra mim. Confesso que me divirto só de imaginar a cara de vocês ao revirar as caixas: isso aqui vai pro lixo, isso vou guardar, isso sim, isso não...Porra por que a mamãe guardou isso? Na tentativa de entender a minha intenção em escolher guardar uma garatuja feita pelo Pietro lá no Grupo Oficina e desprezar totalmente a pulseira do último Lollapalooza que ele foi, enfrentando uma mãe medrosa, os quilômetros percorridos em transporte publico, a fome diante de lanches caríssimos etc.:

"-Não acredito que a mamãe guardou isso aqui e jogou o ingresso do jogo do Palmeiras onde fomos furtados em pleno Palestra Italia!!!"

"-Piero você não viu nada, a mamãe escreveu na capa do livro autografado pelo Iberê naquele dia em que nós enfrentamos uma fila quilométrica na livraria cultura (que nem existe mais). Tô puto!"

Vamos jogar essa papelada toda fora!!!

Queria ser uma libélula para presenciar tudo isso e rir. Rir e pensar: Decifra-me ou devoro-te, tal qual a esfinge de Tebas.

Enquanto não sou uma libélula, enquanto estou viva, quero registrar aqui toda a minha gratidão, toda a minha reverencia a historia que nós quatro fizemos durante essas quase três décadas.

Se tivermos sorte eu e seu pai viveremos ainda muitas outras historias e vocês certamente viverão, mas nenhuma, note bem: nenhuma, terá a mesma decodificação, as mesmas piadas internas, a mesma inocência de quem faz as coisas pela primeira vez tal como como ter filhos, mudar de país e vida com quatro malas, duas crianças, frio na barriga e muito futuro pela frente. E vocês? Mais de uma vez mudaram de escola, deixaram amigos e partiram para um mergulho num mar onde as outras crianças falavam uma língua diferente, professores, médicos, vizinhos com comportamentos e cultura até então desconhecidos por vocês, pessoas que não tinham nada, absolutamente nada em comum a não ser a nossa humanidade.

Bravos! Vocês foram Bravos e corajosos.

Ontem guardando os cases dos instrumentos vi a etiqueta do Guitar Center em um deles, me lembrei exatamente do dia que estivemos lá, um frio daqueles, neve na calçada o seu pai estacionando o velho e forte Buick, vocês três entrando naquele lugar como quem entra em Nárnia, eu achando tudo muito aborrecido, afinal de contas não é segredo para ninguém que para mim o melhor lugar do mundo é a minha cama. Sorry.

Joguei fora os coletes da piscina, imediatamente veio a memória o dia que o Checco com menos de dois anos vestiu o colete e tal como o Patolino personagem do Wall Disney, todo seguro de si, resolveu nadar enquanto eu e seu pai, servidos pela Fran bebíamos, comíamos e combinávamos as nossa alegria e satisfação em termos construídos juntos uma família tão legal.

O golpe de misericórdia chegou quando abri um papel pardo e era o papel de mesa da Pizzaria Gloriosa, nem preciso dizer que naquele momento fui teletransportada para o rodízio as quartas-feiras em que íamos direto e esperávamos o papai lá. Quanta comilança! Afe!

Entendem que por mais felizes e espero sinceramente que sejamos, essas coisas foram e serão divididas apenas entre nós quatro?

Que privilegio meninos! Que privilegio ter divido minha vida com vocês! Sinto uma gratidão imensa.

Paolo

Pietro

Francesco

Batemos um bolão, foi um gol de placa em um Derby disputadíssimo.

A palavra obrigada não abarca o que sinto.

Estamos na fase final de entrega da casa.

Bora para mais essa aventura, talvez a derradeira envolvendo nós quatro.

Deixo aqui um trecho do livro que acabei de ler e que roubou a minha alma:

"A Paixão Segundo GH" da Clarice Lispector

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Bonito né?

Eu achei.

 
 
 

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